terça-feira, 27 de setembro de 2011

Blog do Chico: um ano de vida!



           Além da festa de comemoração, aniversário é também uma oportunidade de olhar para trás e rever aquilo que foi feito de bom. Sendo assim, farei um apanhado do que achei mais relevante neste tempo. Criei o blog e postei meu primeiro texto: Eu e o meu nome. Este inaugura o blog explicando, através da história do meu nome, o próprio nome do blog. Esse texto acabou por nortear uma linha ou um estilo para os outros tantos que vieram. Queria escrever sobre tudo que gosto. Gosto muito da música. Aliás, amo a música. Porém, não queria também me deter somente num assunto, se não teria que criar vários blogs. Gosto também da poesia, da literatura, das artes de um modo geral. Gosto da política, da história, da filosofia etc. De certo modo, o primeiro texto me trouxe o gosto pelas histórias contadas de memória. Aquelas ligadas geralmente à infância e ao meu gosto pela música, pelo canto.
Uma em especial conta a primeira audição que tive de Milton Nascimento numa sala de aula na 7ª série do ginasial. Foi uma experiência e tanto: A capa do Milton. Outra que gosto muito e conta uma história bem marcante de uma idade bem tenra, é O pequeno cantor. Outra ainda é Boas lembranças, misto de poesia e memórias, inspirado em poesia de minha amiga Eliana. Gostei muito de tê-la criado. Escrevo pouco poesias, mas gosto e acho que levo jeito. Memória musical e Lembranças de um festival, trazem a música de um tempo escolar e juvenil. Um verdadeiro recorte de um tempo dos anos 70.
Outros de minha preferência e bem lidos são os textos sobre obras e vultos que me são caros, como os textos sobre o futebol do Chico Buarque e a Transa de Caetano, os DVDs de Vanessa da Mata e de Roberta Sá, assim como o maravilhoso livro de Marcio Borges, o poeta do Clube da Esquina. A resenha sobre o belo livro de poesias Retrós de Eliana Pichinine, também marcou bastante.
Dei e continuarei dando espaço aos textos de artistas e de amigos que me são caros. Das poesias que também marcaram este primeiro ano, cito as de Adélia Prado, Carlos Drummond, Cora Coralina, Cida R. Barreiros, Eliana Pichinine e Cida Barreiros, Nelson Marques. Os de minha autoria, cito Conversa sobre notas e cafés, Palavras que brotam, Para Paraty, Quero os chinelos e Pensamento e palavra. A alegoria sobre o triângulo amoroso, surgido a partir de trocas adoráveis de comentários dos amigos, também está entre meus preferidos.
Pensamentos e reflexões de ordem sociológicas, filosóficas e até antropológicas também fazem parte do desejo de expressão desse espaço. Entre eles, cito a segunda postagem do blog sobre o olhar antropocêntrico; mídia e mundo contemporâneo; a série sobre os direitos humanos (1 e 2); a poesia e o homem; a poesia e o universo feminino; civilização e barbárie e uma reflexão de minha amiga Katia Silva sobre a virtualidade social. Fala sobre a dicotomia ligar-se e desligar-se. Muito interessante!
É isso aí, muita música, histórias, poesias e reflexões sobre a vida nessas mais de dez mil visitas e mais de 80 postagens. Nem dá pra falar de todas as postagens. O melhor de tudo são os comentários inteligentes e bem-vindos dos amigos que proporcionam um debate bem acalorado, inspirado e envolvente e que por muitas vezes resultam em outros temas e textos.

Quero agradecer imensamente a participação de todos que visitam esse espaço amigo, principalmente os que deixam aqui seus comentários que ajudam a construir a história desse blog. A todos, meu muito obrigado e um abraço fraterno do Chico Furriel de Assis.

                                                                                             Feliz Aniversário!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tortura


Tirar dentro de peito a emoção
A lúcida verdade, o sentimento
E ser depois de vir do coração
Um punhado de cinzas,
Esparso ao vento

Sonhar um verso de alto pensamento
E puro como um ritmo de oração
E ser depois de vir do coração
O pó, o nada, o sonho d'um momento

São assim, ocos, rudes, os meus versos
Rimas perdidas, vendavais dispersos
Com que eu iludo os outros
Com que minto

Quem me dera encontrar o verso puro
O verso altivo e forte
Estranho e duro
Que disseste a chorar, isto que sinto


            Poema de Florbela Espanca musicado por Fagner em seu disco de 1982



A música


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domingo, 11 de setembro de 2011

Fahrenheit 9/11: uma resenha do filme de Michael Moore


 Esse texto foi escrito em 15 de setembro de 2004. Portanto, de algum modo ele é datado, pois fala de algumas situações que são passageiras, como por exemplo do governo Bush e da Guerra do Iraque que já acabaram. No entanto, o tema ainda é muito presente e nos leva a reflexões bastantes profundas sobre liberdades, democracias, fundamentalismos religiosos, tolerância com as alteridades, geopolítica etc. O episódio do ataque e destruíção das torres gêmeas do World Trade Center inaugura um tempo novo na contemporaneidade. Esses novos desafios temáticos e o poder de acesso que o público tem, graças às tecnologias como a da internet, possibilitarão um debate cada vez mais abrangente e rico.
No que vai dar isso? Quem viver, verá.

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O Obstinado Michael Moore e seu libelo anti-Bush

                             
Assistir ao filme Fahrenheit 9/11, vencedor da Palma de Ouro, em Cannes, como melhor filme de 2004 é fundamental, mas, sobretudo, escrever, ler e discuti-lo é importante e necessário, visto a gravidade do assunto do qual se trata. O filme de Michael Moore é um documentário que tem nas suas imagens o seu ponto forte. O filme é objetivo e seu autor deixa claro o seu intuito principal: o desmascaro do Presidente americano George W. Bush e de sua base. O cineasta acompanha a trajetória de Bush, desde sua controversa eleição em 2000, passando pela tragédia das “torres gêmeas”, pela invasão e guerra no Afeganistão e, finalmente, a guerra no Iraque, que ainda não se sabe o desfecho que terá.

Michael Moore é, antes de tudo, um obstinado, um ativista que tem como missão principal no momento tirar o Presidente Bush do poder. Moore é um crítico ferrenho das políticas conservadoras de Bush e seu partido republicano. Popular em seu país por seus livros polêmicos e bem vendidos; por seu documentário anterior, Tiros em Columbine, vencedor do Oscar de 2003, e, agora no mundo todo, por seu grande sucesso de extraordinária bilheteria, sabe que, apesar disso, é muito criticado pelos quais antagoniza e também pela chamada “esquerda intelectual americana” que não gosta de seu “humor bobo”. No entanto, não se aborrece com isso e diz que o que importa mesmo é ser ouvido e visto por um maior número possível de pessoas.

De fato, o cineasta utiliza-se de vários recursos cinematográficos na realização de seu trabalho. Seu filme tem uma grande dose de ironia (às vezes com um certo humor), quando mostra o presidente se divertindo, durante os seus 42% de férias de seus primeiros oito meses de gestão; é duro com seus desafetos quando, por exemplo, propõe à alguns dos senadores que alistem seus filhos nas forças armadas para servirem à pátria, no Iraque; é forte nas imagens nas quais mostra a dor das famílias enlutadas e, principalmente, nas cenas da guerra.

Fahrenheit 9/11 denuncia uma vontade implicitamente “totalitária” do governo Bush. Implicitamente porque este não se admite assim; totalitária porque toma decisões arbitrárias a despeito das convenções internacionais e também porque força uma ideologia do medo: Ataquemos primeiro, pois seremos atacados, com certeza. A ideologia da guerra contra o terror que faz com que os próprios americanos vivam sob o domínio do medo paranóico, além do medo real do terror, num estado de alerta constante.

Um dado curioso do filme é a questão das fontes de informações. Como Michael Moore consegue acesso a tantos documentos confidenciais e a tantas provas? Como consegue estar tão próximo de tudo e de todos em tantos lugares diferentes? Seja como for, seu esforço é realmente enorme e admirável. As ligações empresariais entre americanos e árabes, como as das famílias Bush e Bin Laden, são desconsertantes. Os negócios feitos e os pretendidos nas regiões de conflito, principalmente depois do incidente do World Trade Center, são colocados em cheque como justificativas reais, não declaradas, para as guerras.

Moore presta um serviço muito importante como uma voz que se levanta para denunciar os desmandos do “império americano” e nos alerta para esta realidade nova e séria, que diz respeito a todos nós que vivemos neste planeta. Ele vai direto ao assunto. Não teme retaliações e enfrenta seus desafetos atingindo-os em seus pontos fracos. Não se utiliza de meias palavras, nem de subjetividade.

O horror produzido pela guerra, onde civis inocentes e indefesos, assim como soldados que não pediram para matar ou morrer, é algo de difícil descrição. Entre muitas coisas que o filme mostra, o mais importante é promover em quem assiste, o entendimento do quanto a guerra é estúpida. O filme nos leva a refletir sobre o grande mal da guerra e da necessidade de acabar de vez com ela. O Problema é que Bush a adora.

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Blog do Chico: 10.000


O Blog do Chico comemora o marco das dez mil visitas. Não sei exatamente o que seja um número expressivo de visitas a um blog, mas acredito que o número de 10.000 seja um número importante. Neste quase um ano de criação (27/09), foram publicados textos sempre ligados à cultura e à reflexão de temas importantes como história, política, poesia, música, filosofia, memórias etc. Neste tempo, além do número de visitantes comemorado, foram mais de 80 postagens e mais de 300  comentários. O blog foi visto por mais de dez países espalhados pelas Américas, Europa e Ásia. É o Blog do Chico ganhando mundo!

Gostaria de deixar aqui o meu agradecimento àqueles que seguem o blog e que comentam os textos, participando da reflexão que tão calorosamente enriquece o debate. Todos são sempre bem-vindos!


                                                                     
                                                                                               Assis Furriel

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sobre a canção


"Sobre a Canção" é o blog de Túlio Villaça que trata da resenha nossa (musical) de cada dia. Com muita propriedade e muita competência, Túlio nos brinda com seus textos cheios de informações e muito  bem escritos. Sem mostrar qualquer tipo de limite por predileção, o autor fala de quase todos os tipos e ritmos musicais, não somente da música brasileira como também da música estrangeira. Obviamente, essa escolha, "coincidentemente", passa pelo bom gosto de alguém que sabe do que fala.

Front Page do blog

Há um bom tempo não encontrava prazer em acompanhar algo, que não é bem um seriado, mas que promete sempre um capítulo novo de deleite histórico-técnico-musical. Espero a cada texto do Túlio essa fala fluente e especializada. Pra quem gosta de musica e tudo aquilo que a torna completa (bastidores, histórias, músicos, análises críticas, letra, melodia, artistas etc.), não pode deixar de conferir este espaço muito bacana. Fica a dica: Túlio Villaça no "Sobre a Canção"!


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

E o bonde descarrilou!

Recorte da charge de Aroeira

O que leva o poder público a deixar que acidentes tão graves como o do último dia 27 do Bondinho de Santa Tereza aconteçam?  O acidente que matou cinco pessoas e feriu outras 57 era um acidente anunciado.  Infelizmente, como sempre acontece, nada foi feito quando há bem pouco tempo, um rapaz (turista francês) caiu do bonde bem no trecho dos arcos da Lapa. Se a grade de proteção que cerca os trilhos naquele ponto estivesse bem presa à estrutura dos arcos, provavelmente o passageiro não tivesse morrido. Se os bondes que fazem esse serviço fossem na sua totalidade reformados e vistoriados constantemente pelos seus responsáveis, o lamentável acidente do dia 27 e outros tantos não teriam ocorrido.
Dizer que é cultural o fato da população andar apinhada, se pendurando no bonde é tentar, como sempre, transferir a responsabilidade para o povo que é a maior vítima. Cultural, no mau sentido, é o descaso com que as autoridades teimam em insistir nas suas práticas de governo. O que é do povo e para o povo pouco importa, ainda que seja um meio de transporte que traduz a alma carioca. O nosso cartão-postal histórico e cultural não pode ficar nas mãos de incompetentes que governam a nossa cidade. É compreensível que erremos, votando em políticos inábeis que nos enganam, prometendo mundos e fundos. É nosso direito errar. Porém, é nosso dever também, uma vez ciente desse erro, mudar esse estado de coisas. Nas próximas eleições vamos dar a nossa resposta.
Há alguns meses, escrevi neste mesmo espaço um pequeno artigo intitulado "O bonde da história", contando um pouco da história do bonde em nossa cidade. Nele, cito a influência desse meio de transporte na literatura e na música. Na poesia de “E o 56 não veio...” de Wilson Batista e Haroldo Lobo, o romantismo do personagem apaixonado, à espera da amada que não chega, supõe que o bonde, no qual ela costumava vir, não veio porque, ou ela se zangou ou o bonde descarrilou. Infelizmente, este artigo não é poético, mas dramático porque traz uma realidade que a poesia não supõe. Naquele dia 27 de Agosto, algumas pessoas esperaram seus pares que não chegaram porque o Bondinho de Santa Tereza, nosso querido e histórico bonde descarrilou!

Veja link com a charge completa