sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Segredo de Peixes

Ah! Se este menino que habita o teu ser
quiser falar, quiser chorar para crescer,
farei um ninho em meu coração
para ouvir-te com carinho
e guardar o teu tesouro
como a lua guarda o ouro no céu

Ah! Se a tua alma é revelada,
o teu mistério conhecido
não temas, sou teu amigo,
Irmão do mar...  

(Alexandre Amorim - 25/10/91)
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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sonho de Moço

- Sonho de Moço -
(Francis Hime e Milton Nascimento)
Pensam que não vale mais eu vir cantar
Rumos de povo e coisa e tal
E sonhos de moço pensam ser devagar
Morreram com quem já não é
É hoje, sempre, amanhã, sempre está
Sou homem, sou jovem, menino, sou eu
Por mais que me mate o amanhã
A fé me transborda essa manhã
O pão, mais um dia, o Dom da vida
O sol da vida, eu quero acreditar
O pão, me mereça essa manhã
Que importa se estou a repetir
68, qualquer dano, o dano todo, quero acreditar
Mas de quem tá atrás de mim quero ver
Um amanhã em tudo meu
Dar liberdade quem está atrás de mim
Menino, quero acreditar
Ah, isso eu quero acreditar

Ouça a música

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Amor Amigo


 
O que eu vou dizer, você nunca ouviu de mim
Pois minha timidez não me deixou falar por muito tempo
Para mim você é a luz que revela os poemas que fiz
Me ensina a viver, me ensina a amar
Quem conhece da terra e do sol
Muito sabe os mistérios do mar

O que eu vou dizer, você nunca ouviu de mim
Pois quieto que sou só sabia sangrar, sangrar cantando
Quantas vezes eu quis me abrir
E beijar e abraçar com paixão
Mas as palavras que devia usar fugiam de mim
Recolhidas na minha prisão

Mas o que eu vou dizer, você nunca ouviu de mim
Pois minha solidão foi não falar, mostrar vivendo.
Quantas vezes eu quis me abrir
e as portas do meu coração sempre pediam
Seu amor é meu sol
E sem ele eu não saberia viver

(Milton Nascimento e Fernando Brant - Do disco Caçador de mim de 1981)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Bela, Bela


Ferreira Gullar e Milton Nascimento

Bela, bela
Mais que bela
Mas como era o nome dela?
Não era Helena, nem Vera
Nem Nara, nem Gabriela
Nem Tereza, nem Maria
Seu nome, seu nome era
Perdeu-se na carne fria
Perdeu-se na confusão
De tanta noite e tanto dia
Perdeu-se na profusão
Das coisas acontecidas
Constelações de alfabeto
Noites escritas a giz
Pastilhas de aniversário
Domingos de futebol
Enterros, corsos, comícios
Roleta, bilhar, baralho
Mudou de cara e cabelos
Mudou de olhos e riso
Mudou de casa e de tempo
Mas está comigo
Perdido comigo
Teu nome
Em alguma gaveta

(Milton Nascimento/ Ferreira Gullar - música gravada no disco "Caçador de mim de 1981)

Ouça a música
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Para Paraty


Foto: Assis Furriel 

Para ti
Para mim
Para nós
Para os outros
Para os casais
Para os amores
Para todos
Para a música
Para as pedras
Para a história
Para as portas
Para as janelas
Para a cor
Para o casario
Para o céu
Para o mar
Para a maré
Para o sol
Para a chuva
Para o tempo

Pára o tempo!
Para ver
Para sentir
Para viver
Para sempre
Paraty


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Direitos Humanos em debate

Perspectiva universalista e multiculturalista dos 
Direitos Humanos e as tradições locais 


A filósofa Martha Nussbaum afirma: “que existe uma obrigação universal de proteger os direitos fundamentais do homem e sua dignidade, assim como de reconhecer que a dignidade da mulher é igual a do homem. Se isso implica por em questionamento muitas tradições locais, ocidentais ou não, tal não tem importância, pois cada uma dessas tradições que negam esses direitos é injusta”. 

Essa afirmação de Martha Nussbaum considera a questão universal dos direitos humanos acima de qualquer cultura, religião e tradições locais. Embora a perspectiva universalista e multiculturalista dos Direitos Humanos aborde uma efetiva proteção do direito à diversidade cultural, no âmbito internacional, muitas violações desses mesmos direitos tem ocorrido em nome de uma cultura específica qualquer. No caso das religiões mulçumanas, por exemplo, as mulheres são as vítimas mais freqüentes e sofrem caladas em nome de uma tradição que historicamente a subjuga. A questão da afirmação da igualdade de gênero ainda hoje é uma questão de difícil solução. Por toda parte, em qualquer cultura, o tratamento dado às mulheres é inferior ao do homem. No ocidente, o machismo contribui para o tratamento desigual entre ambos os sexos; no oriente, em geral, o fundamentalismo religioso promove um conjunto de cerceamentos que a mulher tem que aceitar. 

É preciso refletir bastante sobre as formas, claras ou sutis, de desrespeito aos direitos fundamentais do homem, consolidados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A questão é saber hierarquizar os direitos para que um modo legitimado de vida não prejudique os direitos de cada indivíduo, independente de sexo, raça ou cultura.



Ouestão trabalhada numa aula de Direitos Humanos (Tema Transversal) - 2º semestre de 2010.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Vanessa da Mata Multishow Ao Vivo (2009)

 


       Simplesmente encantador o som e a performance desta matogrossense de Alto Garças. No seu disco ao vivo, ela é a senhora de si e de todos. Vanessa traz consigo o que,  já há algum tempo, trouxe Marisa Monte: personalidade e originalidade à cena pop musical brasileira. O disco (tb em DVD) gravado em Paraty apresenta uma atmosfera leve, romântica e colorida. A cantora conseguiu misturar, com muita propriedade, ritmos como samba, reggae, canções etc, dando um show de simparia junto a uma banda igualmente competente. Desfila por seus grandes hits como "Ai, ai, ai...", "Ainda bem", "Amado" e "Boa sorte/Good luck" entre outros com empenho impecável. Chamo a atenção para o samba "Viagem/ Mamãe passou açúcar em mim". Sempre que ouço ou vejo o vídeo sinto vontade de sambar, batucando um tamborim.

Vanessa da Mata se parece com ela mesma e mais ninguém. Ares novos à MPB.

"Que beleza de paisagem!"


Viagem/ Mamãe passou açúcar em mim
 
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