quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Verde que te quero ver-te no planalto!


Dizem que política não se discute. Dependendo da situação, às vezes é melhor mesmo não discuti-la. Porém, com a experiência de quem participou da história eleitoral brasileira sempre votando no PT, acredito que para o bem da democracia no Brasil, assim como para a ecologia, tão em voga ultimamente, a nação poderia colorir-se de verde.

A meu ver, a gestão de oito anos do Lula não fez muito bem a ele, assim como a do FHC, também não. Seria bom para o partido dos trabalhadores passar um tempinho na oposição novamente. Aliás, é o seu forte e seria um enorme serviço à nação. Se existe uma coisa que o PT sempre soube fazer é oposição. Oposição de qualidade. Coisa que no poder nunca teve. Um bom descanso cairia bem para o Lula baixar um pouco a soberba, assim como tem sido também para o Fernando Henrique. A alternância do poder, a meu ver, é fundamental para um Estado mais forte, mais democrático e justo. A longevidade de um indivíduo ou de um grupo no poder é deletéria e corrompe qualquer um.

Pensemos um pouco sobre a questão das liberdades do Estado democrático de direito. Ninguém pode se arvorar de ser o dono da verdade. Não podemos achar que alguém merece se perpetuar no poder porque deu casas, saúde ou educação. Essas são obrigações do Estado. Ninguém faz nenhum favor oferecendo isto. Como disse, é obrigação!

O discurso político precisa melhorar muito. Precisa oferecer novas propostas relevantes como acesso à Informação, ao esclarecimento político. Precisa fomentar a formação de uma consciência crítica na população mais simples. Acredito que isso seja possível. Afinal, como a esperança é a última que morre, ainda temos uma chance.

A propósito, a esperança é verde!


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mídia e Mundo Contemporâneo: a questão da mídia e da esfera pública


Graças a um poderoso sistema de mídia, a esfera pública nunca foi tão púbica como nos últimos tempos. Desde a invenção da prensa gráfica de Gutenberg em 1450, passando pelo rádio e pela televisão até a rede mundial de computadores, a “instituição” do debate público ganhou força, qualidade e se ampliou. Hoje, pode-se atestar o vaticínio de Andy Warhol que disse: “No futuro, toda a gente será célebre durante quinze minutos”. Wahol, que era artista plástico, um gênio da Pop Art americana, sabia que a exposição da imagem, através de uma mídia que atingisse a massa, seria capaz de tal feito. Hoje, temos o fenômeno da Internet, que transforma, instantâneamente, um anônimo em celebridade. Através desse sistema de mídia, qualquer indivíduo, de qualquer parte do mundo, pode ser agente do debate no fórum mundial. Nesse contexto, um fato histórico merece uma menção: a fatalidade do “11 de Setembro” de 2001 pôs, nesse dia, milhões de pessoas em frente a TV, que assistiram, ao vivo, a colisão do segundo avião contra a segunda Torre Gêmea. É o espetáculo do instantâneo! Como num “Big Brother”, imaginado por Orwell, estamos cada vez mais expostos e nunca foi tão necessário refletir sobre.

----------------------------------------------------------------------------------------
Por Francisco de Assis Furriel  originalmente em 28/04/2009

Sobre Homem, homens, crocodilos, felinos... Cultura, culturas. Um olhar antropocêntrico

Uma abordagem do capítulo 3 Os outros e os outros do livro Antropologia e Comunicação: Princípios Radicais de José Carlos Rodrigues


No texto Homens e crocodilos, a partir da afirmação de Claude Levy-Strauss de que “o mundo começou sem o Homem e terminará sem ele”, o autor José Carlos Rodrigues nos propõe uma reflexão sobre aquela que tem como papel a principal alavanca da antropologia: a relativização. Seria a relativização capaz de mostrar o Homem como uma função a mais de outras funções maiores, mais totais, sem por fim a si própia? Deixaria ele de ser mais importante por perceber-se parte de uma totalidade maior como o Cosmo?
O micro
O Homem com sua lente de microscópio, não se contenta em olhar somente o global, mas também o micro. Esforça-se em mostrar os “todos” como efêmeros que, para ele, são resultados dos “todos”, arquitetados em mentes inteligentes que pensam as várias formas imagináveis de mundo. São totalizações artificiais que podem muito bem se dissolverem com abalos das visões e critérios a partir dos quais foram criadas.

O macro
Um cientista, através de sua visão macroscópica , certamente inseriria o homem, como sendo mais um todo dentro de tantos outros de uma totalidade universal. O mundo já existia há muito tempo antes do aparecimento da espécie humana. O cientista Carl Segan propôs um “Calendário Cósmico”, que reduziria toda a criação do universo, desde o possível “big-bang” aos dias atuais, no espaço de 365 dias do nosso calendário cristão. Nele, somente nos últimos minutos, teria surgido o homem. Do meio das transformações, o Homem resultaria como mais uma das funções possíveis. De modo que o mundo poderia existir sem ele, como fez durante a maior parte de sua história.
O Homem é incomensuravelmente grande por sua complexidade singular; sua capacidade de criar mundos novos. Ao mesmo tempo em que surge no último minuto do calendário cósmico, é ele quem sabe disso e não o cão ou o gato ou mesmo o crocodilo. É o Homem quem estuda e descobre o grande e infindável cosmos e não o contrário. Costuma-se dizer que Deus lhe deu o livre-arbítrio para livre decidir, até mesmo, que não é de todo livre ou mesmo se o próprio Deus existe. Isso realmente não é pouco. Entretanto, ainda assim, não deixa de ser uma parte, ainda que maravilhosa, dessa engrenagem total.
Pois é essa visão antropocêntrica que difere o Homem dos outros animais. Outros não podem ver senão o que seus sentidos, suas estruturas cerebrais, suas condições de vida lhes permitem. A realidade é filtrada por cada forma de percepção das várias espécies. O mundo externo é filtrado pelas lentes naturais dos homens, dos gatos, dos cães, cavalos, minhoca, etc., compondo assim mundos compactos particulares a cada um. Não pode qualquer animal, por sua limitação dos sentidos, captar a realidade e dominar todo o conhecimento, nem mesmo o Homem. Logo, pode-se concluir que determinados animais não compartilham do mesmo universo sonoro; outros, do mesmo universo olfativo, entre outros exemplos. “O antropocentrismo é a lente sem a qual somos cegos e - pior – sem imaginação”.

Cultura, culturas
A Cultura é, naturalmente, a lente humana. O mundo é uma enorme soma de povos, tribos de diversas culturas espalhados pelo orbe. Logo, fala-se de diversas lentes produzindo inúmeros mundos próprios. Totalizações, produtos de uma mesmo todo complexo que é o ser humano. Pode-se dizer que os ocidentais vêem o mundo de uma forma que não a dos esquimós, que por sua vez não vêem o mundo como os orientais, e estes talvez nem saibam de detalhes da percepção dos que vivem na África. Isso, para não falar dos aborígenes da Oceania e dos índios do interior do continente americano.
De certo modo, poderíamos dizer que as culturas são como as regras de um jogo: precisamos conhecê-las para compreendermos o universo do outro. Assim que temos esse conhecimento, tudo passa a ter sentido.

“Para os índios Tupi, por exemplo, a floresta é todo um conjunto de significados. O que para o antropólogo é uma amontoado confuso de árvores, para eles serve de guia, como referência espacial. Ao invés de marcar um encontro nas esquinas como nós, freqüentemente usam determinadas árvores como ponto de referência. A visão da floresta, que para nós é um mundo vegetal amorfo, para eles é vista como conjunto ordenado, constituído de formas vegetais bem definidas”.

Eu e o meu nome

Sou Chico porque sou Francisco.
Sou Assis por causa do Francisco, porque sendo ele um santo, deveria ser de Assis.
Sou Francisco de Assis por minha mãe;
Sou Assis por meu pai;
Sou Francisco por causa da escola;
Sou Assis em família;
Sou Francisquinho por causa de uma música infantil;
Sou Francis e sou Hime por causa do Edmilson, meu amigo de infância;
Sou Francesco para a Sandra, minha amiga;
Sou Tide, porque meu afilhado não falava Assis, falava Atide, tide;
Sou Sisico, por minha prima Marcia: Assisinho, Assisico, Sisico;
Sou Chico, com muito orgulho, pelos amigos e professores da faculdade.
Percebi que este apelido é muito querido no meio acadêmico. É meio "cabeça", meio "esquerda", sei lá...
É meio chique ser Chico. Afinal, com tantos exemplos importantes!
Sou todos e gosto de todos, porém me sinto mais
ASSIS.