quarta-feira, 22 de julho de 2020

Prece natural

A oração à Deus se dá de muitas formas.
Na alcova, em secreto, sim!
Mas nos espaços abertos como os do campo, por exemplo.

No olhar da natureza acontecendo nos pios dos pássaros.
_Quer natureza mais representada que nos cantos dos pequenos voadores.

No cuidado com a terra ao plantar o quê de comer, o alimento.
Colocar a mão no chão fertil e sujá-la com o amor a ele dedicado é um dos modos mais marcantes de ligação à Deus.

Plantar árvores, plantas e flores são formas de oração das boas, das melhores.
Nesse momento é possível ouvir a voz do Pai dizendo: _Vá em frente moço, trabalhe comigo, faça a vida surgir.

Das formas de oração desse molde, o que mais gosto é a da observação.
Olhar o nascer e o pôr do sol.
O voar das aves indo pra algum lugar pela manhã e voltando de lá ao final do dia.
Ouvir o barulho dos córregos, os latidos ao longe dos cães, o mugido do gado, os grilos e sapos ao cair da tarde.
O som do vento forte a limpar a atmosfera dos miasmas deletérios
Da chuva no telhado e do seu escorrer pelas calhas.

Ora-se quando da água captada da fonte a encher nossas reservas e que continua a seguir seu curso sem uma torneira sequer a se abrir ou se fechar.

Ora-se quando cruzamos na estrada com o homem do campo, suado e queimado do sol diário na lavoura. Um aceno e um cumprimento: _Dia!

Ora-se quando pagamos um serviço a nós prestado e ouve-se do outro: _Deus lhe pague.

Ora-se quando percebemos as marcas do tempo em nossas mãos e rosto e dizemos a nós mesmos: _Cheguei até aqui!

Quando temos olhos para ver, ouvidos para ouvir e sensibilidade para entender esses sinais e tantos outros não citados é que entendemos que Deus nos convida a todo momento a orar em agradecimento pela vida.

Que seja sempre assim. Graças à Deus!