Quero os chinelos
Sim! Quero o justo descanso dos que laboram
Quero o verão, a praia, o sol e o calor
As cores ou o gris do preto e do branco
Quero o andar quase descalço dos chinelos
A borracha, o couro ou a palha de que são feitos
Quero o coração de Cecília: a chinela do Machado*, o sonho salvando a realidade
Quero a literatura numa rede com eles nos pés
A não preocupação com saltos
Sem pedras ou buracos
Quero o chinelinho** dos atletas preguiçosos
O não querer, o ócio, a vadiagem em sua companhia
Quero o conforto, a elegância que outrora fora vergonha
Coisa de pobre na favela, coisa de bacana na noite!
16/04/11
* Do conto “A chinela turca” de Machado de Assis.
** Jargão futebolístico: refere-se aos jogadores que ficam muito tempo no departamento médico, de molho, sem usarem as chuteiras por estarem contundidos.
Oi Assis!
ResponderExcluirEsta é a minha terceira tentativa de postar o comentário.
Vamos lá: Este poema ficou muito bom. Ele tem um "ar" de leveza, descanso...Fiquei até com vontade de comprar uma rede.
Parabéns!
Obrigado, Eliana!
ResponderExcluirÉ o resultado de uma proposta de tema sugerido por você. É bom tb quando temos uma encomenda.
Agora, eu sugiro a você o seguinte tema: edifício.
Abs.
Assis,
ResponderExcluirEu ia comentar: que belo chinelo feito por encomenda. Mas como toda hora dava problema para postar, acabei esquecendo.
Ainda tenho planos de escrever sobre os chinelos, mas o poema ainda está inacabado.
Vou aceitar a proposta de hoje, só não sei quando será a entrega. Pode ser?
Beijos!
Assis,
ResponderExcluirQue chinelos carinhosos e poéticos percorrendo a trilha que você desenha no imaginário do querer!Você à frente,eles fiéis seguidores...
O que vejo no seu caminho andado,é que seus pés descalços já não precisam de limites de orientação;querem,sonham,driblam e propõem um estilo envolvente e sensível de um "simples estar no mundo".
Siga,Assis,querendo o par de chinelos,com a mais pura fantasia do seu poema,pois o desejo está sempre além do que se tem.
Um beijo,menino e amigo querido,com a emoção de quem ainda nem sente os pés no chão.
Adorei seus versos em andar tão ritmado!
Cida
Eliana,
ResponderExcluiraguardo inquieto os chinelos pichinine, afinal foi vc quem sugeriu o tema. Quanto ao prédio a ser construído, edifique-o como e quando quiser. Que seja ao seu tempo. Vc manda!
Fico no aguardo, Bjs.
Cida,
ResponderExcluirobrigado pelas palavras queridas.
Como fazemos Eliana e eu, sugiro um tema pra vc matutar e escrever. Lembrando de seu querido instrumento musical, escreva algo sobre: Fole.
Que tal o desafio?
Aguardo resposta, bjs.
Assis,
ResponderExcluirDesafio aceito e já cumprido.Não sei se a contento.... Beijos da Cida.
21/04/2011
Assis,
ResponderExcluirVejo que seu blog está cada vez melhor e vc publicando lindos poemas. Esse dos chinelos é muito gostoso. É bom calça-los ao menos de vez em quando. Abraço.
Olá Ricardo.
ResponderExcluirObrigado pelas palavras. Este poema foi uma sugestão da Eliana. Ela deve escrever tb sobre este tema. É uma espécie de exercício de escrever sob encomenda.
Quero te falar da Cida, uma outra amiga querida que criou tb seu blog de poesias. Muito bom! Faça uma visita no "Vendo versos de graça", aí nos links ao lado. Vc vai gostar.
grande abraço!
Ameeeei! Demais esse poema! Dá pra sentir o descanso ao usar os chinelos, principalmente depois de um dia inteiro de salto alto e de ter andado muuuito! Seus textos, assim como o da Eliana e Cida têm essa capacidade de mexer com a gente, não consigo ler por ler, sempre trazem sensações gostosas ou pensamentos que voam por ai. Adorei mesmo!
ResponderExcluirKatia,
ResponderExcluircomo disse acima, o tema foi sugestão da Eliana, um exercício de encomenda.
Que tal falar tb sobre um. Sugiro que fale sobre "pontualidade"! Topas?
Obrigado pelas palavras, como sempre, generosas.
Francisco
Topo! Desafio sempre é bem vindo! rs Beijinhos
ResponderExcluirAssis,
ResponderExcluirSeu poema tem o poder de nos transportar...
Nada mais leve e descansado que bons chinelos ao calor do sol, às cores do dia, às coisas simples que temos e a natureza nos oferece, nos falta apenas o tempo de curtir. E esse tempo de curtir cada vez mai raro, nessa loucura do dia-a-dia, arrastado por essa rede de atividades esquizofrênicas que nos retiram do eixo humano, da nossa natureza que é o Ócio.
O seu poema me remeteu a Caymmi, à “Tarde em Itapoã”, ao merecido ócio que faz parte de nossa natureza de índio, da nossa brasilidade que tanto tentamos esquecer ou renegar. Somos esse índio, esse negro, esse português e acima de tudo essa mistura morena maravilhosa e criativa pelo ócio - uma pequena referência a Domenico De Masi em seu livro “O ócio criativo”.
Fiz este poema por isso...
HOJE NÃO!
Hoje não vou querer fazer nada mais
Quero chegar em casa
beijar meus amores
retirar minhas roupas
todas, por dentro e por fora
me ver nu
me reconhecer e saber se sou eu mesmo – porque às vezes me esqueço no trabalho...
colocar aquela camisa furada, que é quase minha pele...
beber um copo d’água pura
calçar meus chinelos...
e não pensar em nada, nada, nada mais...
Que barato, Nelson!
ResponderExcluirÉ isso aí! Falou tudo. Sua poesia é muito boa e a referência a Domenico de Masi tem tudo a ver! Domenico ouviu Dorival, com certeza!!!
Grande abraço e obrigado pela participação!
Muito legal esse poema Assis !
ResponderExcluirGrande Januário Garcia!
ExcluirQue bom tê-lo por aqui. É um grande prazer a sua visita. Que bom que gostou!
Abração