Recorte da charge de Aroeira |
O que leva o poder público a deixar que acidentes tão graves como o do último dia 27 do Bondinho de Santa Tereza aconteçam? O acidente que matou cinco pessoas e feriu outras 57 era um acidente anunciado. Infelizmente, como sempre acontece, nada foi feito quando há bem pouco tempo, um rapaz (turista francês) caiu do bonde bem no trecho dos arcos da Lapa. Se a grade de proteção que cerca os trilhos naquele ponto estivesse bem presa à estrutura dos arcos, provavelmente o passageiro não tivesse morrido. Se os bondes que fazem esse serviço fossem na sua totalidade reformados e vistoriados constantemente pelos seus responsáveis, o lamentável acidente do dia 27 e outros tantos não teriam ocorrido.
Dizer que é cultural o fato da população andar apinhada, se pendurando no bonde é tentar, como sempre, transferir a responsabilidade para o povo que é a maior vítima. Cultural, no mau sentido, é o descaso com que as autoridades teimam em insistir nas suas práticas de governo. O que é do povo e para o povo pouco importa, ainda que seja um meio de transporte que traduz a alma carioca. O nosso cartão-postal histórico e cultural não pode ficar nas mãos de incompetentes que governam a nossa cidade. É compreensível que erremos, votando em políticos inábeis que nos enganam, prometendo mundos e fundos. É nosso direito errar. Porém, é nosso dever também, uma vez ciente desse erro, mudar esse estado de coisas. Nas próximas eleições vamos dar a nossa resposta.
Há alguns meses, escrevi neste mesmo espaço um pequeno artigo intitulado "O bonde da história", contando um pouco da história do bonde em nossa cidade. Nele, cito a influência desse meio de transporte na literatura e na música. Na poesia de “E o 56 não veio...” de Wilson Batista e Haroldo Lobo, o romantismo do personagem apaixonado, à espera da amada que não chega, supõe que o bonde, no qual ela costumava vir, não veio porque, ou ela se zangou ou o bonde descarrilou. Infelizmente, este artigo não é poético, mas dramático porque traz uma realidade que a poesia não supõe. Naquele dia 27 de Agosto, algumas pessoas esperaram seus pares que não chegaram porque o Bondinho de Santa Tereza, nosso querido e histórico bonde descarrilou!
Veja link com a charge completa
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Assis,
ResponderExcluirRealmente não temos que compartilhar com discursos que ressaltam estereótipos de que a população "gosta de sofrer" e coisas do gênero.
Infelizmente o descaso chegou ao extremo e o trem morreu também.
No momento só consigo pensar no trecho da música "De Frente Pro Crime":
"Tá lá o corpo estendido no chão"....
"Olhei o corpo no chão
E fechei
Minha janela
De frente pro crime"
Até quando será assim ?
Grande abraço!
Não sei, Eliana.
ResponderExcluirA classe política do nosso país resiste a evoluir. Infelizmente não é um mal somente aqui do Brasil, é mundial. E a política é uma ciência tão bacana! Deveria haver formação acadêmica para político! Assim, pelo menos a maioria deles, que não sabe ao menos a história dessa matéria, saberia que a política não é só dinheiro e poder, é muito mais que isso.
Bjs.
É Furriel, disseste bem :Se os bondes que fazem esse serviço fossem na sua totalidade reformados e vistoriados constantemente pelos seus responsáveis",...mas os velhos bondinhos de Santa Tereza, com mais de 100anos servindo à população, estão sucateados.O Veículo que causou a tragédia estava sem freio, c/ superlotação e o secretário de transportes ainda quer culpar o falecido motorneiro , que tentou salvar a vida dos passageiros.
ResponderExcluirConcordo c/ vc, é um descaso das autoridades nas suas práticas de governo p/ com o Povo. Oxalá, nas próximas eleições o povo não esqueça de dar a resposta.
Boa noite