Os Direitos Humanos no Brasil ainda precisam ser, de fato, implementados. Diferente das sociedades americana e francesa que foram moldadas a partir de uma observação dos direitos universais do homem, pensando a nação a partir da promoção do indivíduo, o Brasil apresenta uma história completamente oposta, na qual o poder de poucos sempre impôs o seu jugo sobre a grande maioria impotente. Uma sociedade desigual, na qual a exploração do homem pelo homem foi e continua sendo a marca mais triste de nossa história.
Mesmo com a chamada Constituição Cidadã de 1988, após mais de vinte anos de autoritarismo militar, a luta pela cidadania é um esforço diário neste país. A partir da constatação de Caetano Veloso em “O Estrangeiro”, música na qual a ordem das coisas é ditada pelo “macho adulto branco sempre no comando”, pode-se concluir como deve ser a vida das mulheres, das crianças e dos negros, assim como as de tantas outras minorias. A retórica sobre a igualdade entre os homens e a questão da cidadania não faz com que, de fato, a sua consagração aconteça naturalmente entre os indivíduos; e mesmo a busca legal por esses direitos, junto ao Estado, é motivo de muito suor. O assunto “Direitos Humanos”, invariavelmente, é objeto de críticas e desconfianças por grande parte da população que, mal informada, não percebe que ela mesma é vítima da falta desses direitos.
Apesar de avançar bastante quanto à legislação, o Brasil ainda está longe de prover esses direitos aos indivíduos, protegendo-os de toda sorte de violência como as torturas, o excesso da força policial, as execuções sumárias, como as do “massacre do Carandirú” em 1992, considerada a maior violação dos Direitos Humanos na história recente do país, no qual cento e onze detentos foram brutalmente assassinados pela polícia, representante do Estado.
Se acordasse de um sonho revolucionário francês, ficaria catatônico diante de tanta bestialidade após mais de duzentos anos.
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