num misto de lágrima e dor,
num processo acelerado de sombras,
me levam a diversas dimensões,
rodopiando à minha frente
como um caleidoscópio de ilusões.
E quando volto a mim, estou exausto,
cansado mesmo da dor.
Ela, a dor, casa-se à minha pele,
que incapaz e frágil se entrega
como uma caça ao caçador audaz.
A dor, sempre que percebe minha desatenção,
corre ao meu encontro despertando-me.
Ela é quem me liga ao divino.
Canso-me dela e nem sempre a preciso.
Mas, acho até mesmo que a dor não é má.
Imagens retorcidas no inconsciente
surgem para me conscientizar.
_Incrível isso!
A dor é minha mal-amada musa.
E eu que me encontrava perdido,
me encontro, depois que ela, passando
por mim, se vai.
Texto escrito originalmente em maio de 1990.
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