No início eram os coxinhas, esse delicioso petisco apreciado nas mesas das
classes medianas. Longe de serem mortadelas, ainda que fossem especialmente
defumadas e da Sadia, essa marca tão querida pelos medíocres.
Traziam no peito um orgulho não sei do quê, mas eram cheios dele. Talvez, no fundo, ainda
inconsciente, guardavam um desejo ainda maior e mais trágico que seus recheios,
aparentemente, não revelavam.
Porém, com o tempo, aliás, muito pouco tempo,
sofreram uma metamorfose à la Kafka e foram se transformando em um personagem
das histórias mais nítidas de submissão, os minions. Passaram a ter um prefixo
no nome no qual identificava-se o mestre ao qual seguiam e serviam.
Essa involução se deu de modo extremamente agressivo e rápido e quando muitos não
esperavam já não tinham mais razão e nem consciência do que de fato eram.
Hoje são vistos em pastos urbanos e rurais como gados, tresloucados, alucinados,
mugindo algo que com muito esforço entendemos: E o PT? E o PT? E o PT?...