terça-feira, 2 de agosto de 2011

O amor segundo Rosa

"(...) Diz-que-direi ao senhor o que nem tanto é sabido:
sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão,
o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja,
e vai, na idéia, querendo e ajudando; mas, quando é destino dado,
maior que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal,
carecendo de querer, e é um só facear com as surpresas.
Amor desse, cresce primeiro; brota é depois. (...)"


In: ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 139.



No vídeo, Jonathans narra o reencontro de Riobaldo e Diadorim,
quando fala do amor, citado acima:


 
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6 comentários:

  1. Assis,

    Que pérola você encontrou! Adorei.
    Parabéns por mais uma vez encantar nossos ouvidos e visão com a sua sensibilidade.
    Grande bj!

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  2. Oi Eliana,

    você é uma dessas pessoas especiais que têm ouvidos de ouvir e olhos de ver além das aparências. Por isso é tb especial ao fazer sua poesia.

    Esse rapaz que tanto nos encanta é da cidade do Guimarães Rosa e o trabalho dele e de seu grupo é muito bonito, não? Fiquei curioso de ver ao vivo, lá na cidade deles.

    Estou relendo a obra depois de muito tempo. Havia lido na época da escola e depois assisti a mini-série da Globo (muito boa, por sinal). Na escola, a leitura era uma obrigação, mas agora é um grande deleite. Devia ter lido há mais tempo, pois a história é por demais bela. Foi um verdadeiro marco na cultura brasileira!

    Que bom que gostou do post!

    Bjs.

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  3. Adorei a narração do rapaz e ainda mais as belas palavras de Guimarães Rosa. Esse é o famoso amor avassalador à primeira vista, o que chega sem pedir licença, invade e penetra intensamente. Uma vez li em algum lugar sobre a crítica desse tipo de amor feita pela sociedade Indiana. Lá na Índia, onde os casamentos ainda são arranjados, prezam pelo amor que vai crescendo com o passar do tempo, um amor morno, mas que se pretende duradouro. Eles argumentam que esses amores avassaladores dos ocidentais tem duração limitada. É, são pontos de vista diferentes... Bjs

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  4. Katia,

    muito do que lemos e aprendemos sobre os orientais nos mostra que em muita coisa eles estão com razão. O amor, no entanto é um só, acredito. A forma como o sentimos e o expressamos é que difere, pois somos diferentes. O barato do homem é que apesar da igualdade quanto aos aspectos humanos, somos diferentes como indivíduos. Cada um é um ser único. E o amor está atuando e sendo percebido por cada um conforme as suas particularidades.

    Por isso, esse meu encantamento com a obra de Guimarães Rosa. De tão diferente do nosso mundo moderno, acaba por nos atrair pela novidade que nos traz.

    Obrigado pela participação.

    Bjs.

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  5. Amei o vídeo com a narração primorosa do Jonatas. Sobre Guimarães Rosa não me permito dizer nada, pois ele é tudo. Obrigada por esse momento mágico, cheio de amor.

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  6. Obrigado a você, Sonia.

    Pela participação e sensibildade!


    Bjs.

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