Considerado por muitos um fenômeno por seu legado, é fácil compreender essa magnitude. Sua obra conta 259 composições em vinte e seis anos de vida e sete de atividade musical. Moderno, espirituoso e com um grande senso de humor, compôs e cantou a alegria, a dor, o cotidiano urbano, as paixões, as traições, as agruras do amor em sambas, marchas e outros ritmos. Segundo Jairo Severiano (pesquisador da música popular brasileira), Noel foi “o primeiro artista que logo se projetaria como compositor e letrista, renovador de nossa lírica e cujos versos permaneceriam como exemplo de poesia popular”.
Noel Rosa era um artista de vanguarda e compôs temas que traduziam as tensões geradas pela modernidade, como no samba Não tem tradução, no qual fala da influência da língua estrangeira no morro com a chegada do cinema falado: “(...) Essa gente hoje em dia/ que tem a mania da exibição/ Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês/ Tudo aquilo que o malandro pronuncia/ Com voz macia é brasileiro/ já passou de português/ Amor lá no morro é amor pra chuchu/ As rimas do samba não são I love you/ E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny/ Só pode ser conversa de telefone”. Às vezes, unia numa mesma música referências dos mundos do morro e da elite, revelando as possíveis relações entre diferentes camadas sociais, como no samba Cem mil réis (Noel e Vadico): “Você me pediu cem mil réis/ Pra comprar um soirée e um tamborim/ O organdi anda barato pra cachorro/ E um gato lá no morro/ Não é tão caro assim/ Não custa nada/ Preencher formalidade/ Tamborim pra batucada/ Soirée pra sociedade (...)”.
Noel compôs com quase todos os bambas do seu tempo, entre eles Ismael Silva, Cartola, Orestes Barbosa, Kid Pepe, André Filho, Ary Barroso, Hervê Cordovil, Heitor dos Prazeres, João Mina, João de Barro e Lamartine Babo. Entre seus muitos intérpretes, destacam-se Marília Batista e Araci de Almeida.
De todos os parceiros, o que marcou mais a sua carreira foi Osvaldo Gogliano, o Vadico. Músico de esmerada educação musical, vindo de São Paulo, estava iniciando carreira profissional no Rio, quando conheceu Noel no final de 1932. A primeira parceria rendeu, talvez o maior clássico, Feitio de oração: “Quem acha/ Vive se perdendo/ Por isso agora/ Vou me defendendo/ (...) Batuque é um privilégio/ Ninguém aprende samba no colégio/ (...) O samba na realidade/ Não vem do morro/ nem lá da cidade/ E quem suportar uma paixão/ Sentirá que o samba então/ Nasce no coração”.
Noel Rosa era um artista de vanguarda e compôs temas que traduziam as tensões geradas pela modernidade, como no samba Não tem tradução, no qual fala da influência da língua estrangeira no morro com a chegada do cinema falado: “(...) Essa gente hoje em dia/ que tem a mania da exibição/ Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês/ Tudo aquilo que o malandro pronuncia/ Com voz macia é brasileiro/ já passou de português/ Amor lá no morro é amor pra chuchu/ As rimas do samba não são I love you/ E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny/ Só pode ser conversa de telefone”. Às vezes, unia numa mesma música referências dos mundos do morro e da elite, revelando as possíveis relações entre diferentes camadas sociais, como no samba Cem mil réis (Noel e Vadico): “Você me pediu cem mil réis/ Pra comprar um soirée e um tamborim/ O organdi anda barato pra cachorro/ E um gato lá no morro/ Não é tão caro assim/ Não custa nada/ Preencher formalidade/ Tamborim pra batucada/ Soirée pra sociedade (...)”.
Noel compôs com quase todos os bambas do seu tempo, entre eles Ismael Silva, Cartola, Orestes Barbosa, Kid Pepe, André Filho, Ary Barroso, Hervê Cordovil, Heitor dos Prazeres, João Mina, João de Barro e Lamartine Babo. Entre seus muitos intérpretes, destacam-se Marília Batista e Araci de Almeida.
De todos os parceiros, o que marcou mais a sua carreira foi Osvaldo Gogliano, o Vadico. Músico de esmerada educação musical, vindo de São Paulo, estava iniciando carreira profissional no Rio, quando conheceu Noel no final de 1932. A primeira parceria rendeu, talvez o maior clássico, Feitio de oração: “Quem acha/ Vive se perdendo/ Por isso agora/ Vou me defendendo/ (...) Batuque é um privilégio/ Ninguém aprende samba no colégio/ (...) O samba na realidade/ Não vem do morro/ nem lá da cidade/ E quem suportar uma paixão/ Sentirá que o samba então/ Nasce no coração”.
Noel de Medeiros Rosa viveu apenas 26 anos. Nasceu em 11 dezembro de 1910 e morreu em 4 maio de 1937. Parece viver até hoje, por sua obra marcante e contemporânea.
Alguns links para curtir o poeta:
Com que roupa? - Noel canta
Gago apaixonado - Noel canta
Palpite infeliz - Com João Gilberto
São 259 composições em vinte e seis anos de vida e sete de atividade musical?!!!!!
ResponderExcluirSinto-me feliz por morar nesse bairro que tanto respirou Noel.
bjs!
Eliana