sábado, 6 de agosto de 2011

Reflexões pós-modernas

Interligar-se ou desligar-se? Eis a questão!

                                                                                   Por Katia Silva         


O mundo atualmente vive uma explosão de novas tecnologias de informação e comunicação. A todo o momento temos a divulgação de novos aparelhos, novos instrumentos e novos formatos de distribuição da informação que supera a todas as outras antes utilizadas. Estamos conectados virtualmente a lugares e pessoas diversas. Para a geração que nasceu com essas novas tecnologias e vive essas constantes mudanças há uma naturalidade nessas novidades, quando que para gerações anteriores, parecem que as mudanças estão cada vez mais velozes, mal dando para se acostumar e adaptar com determinadas tecnologias, parece que automaticamente já temos outras, a seguir, as ultrapassando.

As redes sociais têm sido a grande base de comunicação entre as pessoas. Entre si elas já mostram suplantações e atualizações constantes, a fim de continuar ativas entre a sociedade virtual, que se mantém em contato com várias pessoas, acompanhando suas vidas e trocando informações num tempo e disponibilidades impossíveis se fossem de forma física, pessoalmente. Logo, o contato físico tem diminuído, transformando assim os relacionamentos pessoais e também profissionais frente à vida. São outros tipos de relacionamentos, formas distintas de contato e de acesso às informações.

A televisão e o rádio foram muitas vezes divinizados pelo alcance das informações, mas também execrados pelo seu poder manipulador, de certa maneira, na vida das pessoas e padronização. A internet, ao contrário, nos possibilita um acesso à informação de modo seletivo. Escolhemos o que queremos saber, seja pelos sites informativos e jornalísticos, seja pelos sites de busca que nos levam ao foco do que procuramos.

São novidades onde a adaptação se mostra importante para a sobrevivência nesse mundo globalizado e interligado virtualmente. No entanto, também devemos criticar essa mesma sociedade online quanto à perda de habilidades que estão desaparecendo. A diminuição do contato físico e a facilidade do encontro de informações estão transformando nossa maneira de viver o mundo e de estar nele. Corremos o risco de nos tornarmos mais duros, insensíveis frente ao outro, aumentando o egoísmo e a invisibilidade do outro em nossas vidas e desejos. A falta de paciência parece estar cada vez mais comum entre as pessoas. Temos lidado com outro de forma a atender nosso íntimo, onde as pessoas estão quase que sendo objetos para a finalização que somos nós apenas. O espetáculo tecnológico tem modificado nossas estruturas de viver socialmente, portanto, se mostra urgente prestarmos atenção para não sermos mais uma das peças desse mecanismo maquinário da vida, em seu formato tecnológico. Somos humanos e essa essência não pode ser esquecida, frente ao mundo do sistema, que tem virado quase que um ser entre nós.

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Resolvi postar e compartilhar com meu leitores esta reflexão que é bem a minha preocupação também sobre os tempos atuais os quais estamos vivendo. Esse texto se encontra originalmente postado em: http://palavrasquebrotam-katia.blogspot.com/2011/05/interliga-se-ou-desligar-se-eis-questao.html (blog da autora)

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3 comentários:

  1. Katia é uma querida amiga, historiadora e pesquisadora das questões das humanidades. É muito gratificante poder contar com sua amizade e com sua opinião.

    O texto acima foi publicado em seu blog "Palavras que brotam" e resolvi publicá-lo aqui também por ser um tema que me interessa muito. Ele mostra essa preocupação com as questões humanas, de como a gente lida com as novidades quando essas proporcionam mudanças no nosso comportamento. É uma reflexão fundamentelmente necessária.

    Parabéns para Katia!

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  2. Obrigada querido amigo! Minha felicidade é fazer parte desse círculo encantador de amigos! Acredito que o humano não irá sucumbir às maquinas, mas de vez enquando ele se perde, então é importante termos consciência dessas questões, para sensibilizar o nosso lado quase automático da correria do dia-a-dia. A internet abre muitas possibilidades pra gente, mostra um mundo inteiro, no entanto, temos que recordar que viver é também estar fisicamente nesse mundo, se encantando pelas suas possibilidades virtuais sim, mas também as reais físicas. Obrigada pela honra! Beijinhos

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  3. Já postei no blog da Katia, mas deixarei registrado também aqui. A verdade é que as tecnologias estão aí e temos que usá-las mesmo. Quase que não temos saída. Concordo plenamente com o último parágrafo. Faz-se necessário que fiquemos atentos às tecnologias para não virarmos escravos dela. Como era gostoso e ainda pode ser, escrevermos uma carta a um amigo ou sentar num bar para dizer e falar nada, mas estar perto a um amigo, olho no olho.

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