Nesta postagem, resolvi destacar algumas saudações sui generis de dois grandes amigos, que são Luís da Câmara Cascudo e Mário de Andrade e que se não fossem eles os gênios que foram muito certamente não chamariam a nossa atenção. É muito legal perceber, nessas pequenas saudações, a natureza humana e uma certa simplicidade que o distanciamento nos impede conhecer. As publicações de cartas de personalidades de nossa intelectualidade, além de trazer-nos luz sobre uma série de questões literárias e científicas, possibilitam-nos conhecer melhor a vida comum, a intimidade dessas figuras importantes. Vejam que delícia as saudações trocadas nas correspondências desses que são dois dos maiores estudiosos do folclore e da cultura brasileira. Por elas, fica bem explícito o grau de amizade, de carinho e até do bom humor dos dois autores.
“Luís da Câmara Cascudo” São Paulo, 14 de agosto de 1924
“Mário de Andrade” Natal, 25 de Agosto de 1924
“Luís” São Paulo, 5 de abril de 1927
“Mário” Natal, 17 abril de 1927
“Cascudinho” São Paulo, 26 de outubro de 1927
“Mário de Andrade. Amigão” Natal, 1° de janeiro de 1928
“Luís querido” São Paulo, 22 de janeiro d e1928
“Mário de Andrade. Querido amigo” Recife, 1 de outubro de 1928
“Cascudinho, Cascudão,
Olhai pro céu, olha pra... mim” São Paulo, 6 de agosto de 1929
“Mário do coração natalense” Natal, 6 de junho de 1930
“Mário, bestão querido” Natal, 1 de agosto de 1930
“Mário queridão” 26 de setembro de 1930 (s/ cidade)
“Mário rei Mano bestão querido” Natal, 22 de janeiro de 1931
“Mario camaradão” 23 de outubro de 1931 (s/ cidade)
““Compadre” Mário” 14 de março de 1932 (s/ cidade)
“Compadre Cascudo” São Paulo, 26 de março de 1932)
“Mário de coração pôlista” 5 de junho de 1933
“Cascudinho e tanto” São Paulo, 18 de junho de 1934
“Mário do coração brasileiro” 14 de julho (data besta) greve dos correios e tele
“Mário, querido, do coração bolchevista” 20 de outubro de 1934 (s/ cidade)
“Olha, Cascudinho” São Paulo, 10 de novembro de 1934
“Meu querido Cascudinho” São Paulo, 1 de março de 1935
“Cascudito” São Paulo, 15 de abril de 1936
“Macunaíma” Natal, 9 de maio de 1937
“Velho Mário” Natal, ant. 9 de junho de 1937
“Cascudinho velho” São Paulo, 15 de janeiro de 1940
“Cascudete velho de guerra” São Paulo, 6 de junho de 1942
“Ao querido Macunaíma” Natal. Janeiro de 1944
MORAES, Marcos Antonio de. (org.). Câmara Cascudo e Mário de Andrade: Cartas, 1924-1944. 1ª Edição. São Paulo: Global Editora, 2010.
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Verdade,Assis,como ficamos mais íntimos de personalidades, de artistas,escritores,que se escondem,eles próprios,dos leitores e admiradores mais curiosos e ávidos de maiores informações sobre a vida que levam no cotidiano da realidade de cada um!Por trás de um incessante "esconde-esconde",caem em nossas mãos, ou melhor,sob nossos olhos,a "delícia" de saber que aqueles,são personagens de si mesmos,expondo a simples condição de serem humanos.Tornamo-nos mais chegados,às vezes até mais abusados,de posse de uma pequena porção da intimidade daqueles que admiramos apresentados somente pela obra a que se dedicam.
ResponderExcluirMuito interessante,Assis,seu olhar de "pince-nez" em Câmara Cascudo e Mário de Andrade.A quem mais interessaria,saborear um cafezinho da manhã com essas duas figuras tão importantes?
Tão simples e invulgares como café com pão.
Obrigada pelas seletas e interessantes publicações retiradas de sua pesquisa.Beijos da Cida.
Cida,
ResponderExcluirobrigado pelo seu comentário e pelo seu interesse pelos meus textos.
Beijos do amigo querido!